sábado, 11 de agosto de 2012

A tal carta


 Passaram-se alguns meses e nada tal carta chegar. A ânsia estava a tomar conta a cada olhada a caixa de correio, a cada dia que se passava a menina ficava a espera. E sempre o breve desapontamento de não haver nada a sua pessoa.
 Já cansada dessa ladainha de se iludir com a tal carta, a menina resolveu deixar tudo isso de lado. Não valia a pena tanta espera, nem se quer sabia qual séria o conteúdo dela, talvez fosse melhor assim. Quem sabe a carta lhe disse-se coisas que não queria ser lidas. Melhor deixar passar e seguir em frente.
 Como era sua rotina assim que chegar do colégio, retirou todas as cartas, só que desta vez não conferiu nenhuma se havia alguma em seu nome. Deixou todos os envelopes em cima da mesa e foi direto para o seu quarto. Após um tempo escutou sua mãe lhe chamando, dizendo que tinha uma carta para ela. A menina se surpreendeu. Quem será que estava lhe mando uma carta? Foi direto ao encontro da mãe e buscou a carta, e logo depois foi para o seu quarto saber o conteúdo dela. E de imediato a surpresa foi visível, a tal carta tinha chegado.
 A carta dizia mais ou menos assim: "Desculpa não ter lhe enviado nada antes, não sabia muito bem o que escrever, estava com medo de você não lembrar mais de mim. Sei que é um pensamento bobo, mas é bem assim que me sinto. Devia ter lhe escrito assim que cheguei aqui. Fiquei com um pouco de medo de você pensar que eu era um obsessivo, ou sei lá o que. Fiquei um pouco apavorado de demostrar de mais meus sentimentos e ele não ser reciproco. Tivemos uma pequena história que não terminou muito bem, ela acabou sendo interrompida pela minha viagem inesperada. Não queria nem um pouco ter partido, mas foi preciso, não podia ficar ai, com você. Meus pais nunca aprovaram nosso relacionamento, ainda não consigo entender o porquê disso. Só estou mandando essa carta para cumprir o prometido, sei que você já deve está seguindo a sua vida, e que não pode me esperar para sempre. Só queria deixar claro que não paro de pensar em você e que ainda gosto de você, minha pequena. Eu não espero receber resposta desta carta, nem sei se quero, sei que as notícias não serão nada agradáveis. Mas só queria lhe avisar que daqui a algumas semanas estarei voltando a minha cidade, e se você puder ir ao meu encontro irei adorar. O número do meu celular continua o mesmo. Beijos. Eduardo."
 A menina não conseguiu se conter, havia lágrimas em seus olhos. Claro que não o havia esquecido, e que também não parava de pensar nele. Algumas vezes é preciso deixar o tempo se seguir para algumas coisas acontecerem. Nada de pressão, tudo em seu tempo.
                                                                                                              Continua...

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